É na relação humana onde os sentimentos mais contraditórios podem surgir. É na relação humana onde aparece o que de melhor e de pior todos nós temos, em que podemos ser muito solidários com alguém mas também muito egoístas, criando barreiras à nossa volta. E em caso de divórcio, ainda mais visível se tornam estas contradições que nos levam a colocar a nós próprios a questão “como é que alguém que se amou, consegue agora odiar-se a este ponto”? Quantas vezes assistimos, em caso do divórcio, a um casal de costas voltadas? Nesta fase, onde a reconciliação já não é considerada uma hipótese pelo casal, surge em terapia um dos elementos do casal. Estão muitas vezes presentes sentimentos como a zanga, a raiva, a frustração e a tristeza. Em que cada um dos membros pretende assumir uma posição de liderança perante o outro, onde se esquecem da noção de igualdade de poder. Como se de crianças pequenas se tratassem e o mais importante naquele momento fosse decidir “quem ganha”. Mas tudo se complica quando existem filhos pelo meio, quando o casal conjugal também assume a função de casal parental. Sabemos que manter uma relação como pais entre duas pessoas que decidiram acabar a relação enquanto companheiros, pode ser um desafio. Algumas pessoas conseguem fazer o luto do casal e renegociar e reajustar o exercício da parentalidade com o outro membro.
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