Quando um casal se separa, diferentes emoções, com intensidade diversas, são inevitáveis de serem vividas. As formas de cada casal se relacionar são também elas variadas e com consequências diversas, aquando o momento de dizer adeus. São sobretudo as dinâmicas conjugais fusionais, onde não existe espaço para a individualidade de cada um dos seus membros, que pior prognóstico apresentam no que diz respeito ao processo de luto. Sim, luto! O conceito de “luto” embora esteja naturalmente associado ao processo posterior à morte de um ente querido, quando estamos perante o término de uma relação amorosa, a perda de um membro do nosso corpo após um acidente ou após uma cirurgia, ou mesmo quando perdemos um animal de estimação, estamos igualmente a falar de luto.
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Construir uma vida a dois pode tornar-se desafiante. Sobretudo depois da fase do namoro onde tudo parece perfeito, onde existe o investimento constante no outro que escolhemos para nosso parceiro de vida, onde existem demonstrações de afeto, a necessidade de estar com o outro e as famosas borboletas na barriga. Com o decorrer do tempo, sem nos apercebermos e sobretudo se nada fizermos, o interesse vai-se dissipando. Damos a relação como garantida e assumimos que já não temos mais nada para conhecer acerca do/a nosso/a parceiro/a e assim vamos ficando, as borboletas vão voando e não disfrutamos da relação como poderíamos desfrutar. E é exatamente este ponto que me proponho a refletir aqui convosco, passando a mensagem de que é possível manter a curiosidade, o interesse, o entusiasmo nas relações mais longas. Mas não se esqueça de que uma relação é composta por duas pessoas e são preciso os dois para dançar o tango. Não espere que aconteça, faça também por acontecer.É na relação humana onde os sentimentos mais contraditórios podem surgir. É na relação humana onde aparece o que de melhor e de pior todos nós temos, em que podemos ser muito solidários com alguém mas também muito egoístas, criando barreiras à nossa volta. E em caso de divórcio, ainda mais visível se tornam estas contradições que nos levam a colocar a nós próprios a questão “como é que alguém que se amou, consegue agora odiar-se a este ponto”? Quantas vezes assistimos, em caso do divórcio, a um casal de costas voltadas? Nesta fase, onde a reconciliação já não é considerada uma hipótese pelo casal, surge em terapia um dos elementos do casal. Estão muitas vezes presentes sentimentos como a zanga, a raiva, a frustração e a tristeza. Em que cada um dos membros pretende assumir uma posição de liderança perante o outro, onde se esquecem da noção de igualdade de poder. Como se de crianças pequenas se tratassem e o mais importante naquele momento fosse decidir “quem ganha”. Mas tudo se complica quando existem filhos pelo meio, quando o casal conjugal também assume a função de casal parental. Sabemos que manter uma relação como pais entre duas pessoas que decidiram acabar a relação enquanto companheiros, pode ser um desafio. Algumas pessoas conseguem fazer o luto do casal e renegociar e reajustar o exercício da parentalidade com o outro membro. |
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