“Recomeça… Se puderes Sem angústia E sem pressa. E os passos que deres, Nesse caminho duro Do futuro Dá-os em liberdade. Enquanto não alcances Não descanses. De nenhum fruto queiras só metade.” Miguel Torga Reconheço que recomeçar é algo mais complexo do que possamos, muitas vezes, pensar. A forma como pensamos sobre os recomeços, a atribuição que fazemos à palavra recomeçar, a força que muitas vezes acreditamos ser necessária para recomeçarmos e não poucas vezes duvidamos de a ter, as conotações que lhe vamos atribuindo, a frustração associada à necessidade de mudança, o medo de sairmos da nossa zona de conforto, a dúvida se seremos capazes, são todas elas questões perfeitamente legítimas perante qualquer mudança que pretendamos iniciar. A vida não é uma linha reta e os acontecimentos não estão predestinados. A imprevisibilidade é um fenómeno que acompanha a humanidade desde sempre. Por isso torna-se essencial aprendermos a lidar com os obstáculos diários, o stress, as frustrações, dando atenção às nossas emoções, dedicando tempo, escutando, aceitando-as. O que negligenciamos hoje pode originar fragilidades desnecessárias amanhã. E é nesta dinâmica de autocuidado que nos devemos focar, prestando atenção ao que estamos a sentir, no aqui, no agora. É este autocuidado emocional que vai permitir definir novos objetivos, ganhar consciência da necessidade de mudar e recomeçar. O nosso destino desenrola-se de acordo com as escolhas que fazemos...
0 Comments
Esta é uma questão que de facto muito nos atormenta. E embora a necessidade de mudança esteja bastante presente na maioria das pessoas, o deixar para trás aquele que é atualmente o nosso presente, traz-nos também uma grande ansiedade. Como que resistíssemos a efetivar a mudança que sentimos que tanto precisamos. E porquê? Há uma frase que me faz muito sentido e que nos diz que: “Não é aquilo que nós somos que nos impede de avançar, mas sim aquilo que pensamos que não somos!”O que me leva a falar de confiança… A confiança em nós, em assumirmos as nossas decisões, em confiar em nós ao ponto de sabermos que independentemente do que vier a acontecer e de que forma acontecer, eu estarei pronta para lidar, mesmo com os erros que eu possa cometer.
Ter a capacidade de desenvolver uma perspetiva positiva é fundamental não só para a nossa eficácia, como também para o nosso equilíbrio emocional, além de ser uma característica fundamental da resiliência. Uma perspetiva positiva contribui para a felicidade e bem-estar geral, bem como nos permite distinguir dos demais pela forma como pensamos, olhamos e refletimos sobre as coisas à nossa volta, tornando-nos mais confiantes, competentes e portanto, com melhores níveis de produtividade. No entanto, este caminho para a positividade nem sempre é linear. Enquanto seres humanos parece que somos ensinados a focar-nos no negativo, algo que quando acontece de forma constante, contribui fortemente para os nossos níveis de mal-estar, e consequentemente, para o nosso desempenho e motivação. Mas a mudança está nas suas mãos. Focar a sua atenção no positivo pode mudar isso. Lembre-se que não é aquilo que é que a impede de avançar, mas sim aquilo que pensa que não é!A nossa autoimagem torna-se essencial na forma como vamos lidando com as situações, na capacidade de apresentar respostas resilientes. É por isso essencial ter consciência de que os pensamentos dominantes da sua mente se reproduzirão na realidade física. Ou seja, a forma como se vê, aquilo que pensa sobre si própria, acaba por se reproduzir através dos seus comportamentos. Deixo-lhe uma sugestão, se concentrar os seus pensamentos durante trinta minutos diariamente, na tarefa de pensar na pessoa que quer ser, comprometendo-se a criar mentalmente uma imagem clara dessa pessoa, mais facilidade irá ter em conseguir atingir aquilo que tanto deseja. Viés da Negatividade – O que significa? Num dos artigos que escrevi – O que podemos semear para recolher bem-estar psicológico? – a resiliência é um dos temas ao qual dediquei algum tempo de reflexão. E recordando esse mesmo artigo, por resiliência entenda-se ter a capacidade para, perante uma adversidade, nos adaptarmos – psicológica, emocional e fisicamente – razoavelmente bem e sem prejuízo duradouro para nós próprios, para o nosso relacionamento com os outros ou para o nosso próprio desenvolvimento como indivíduos. É essencialmente sermos capazes de mobilizar os nossos recursos para lidar com sucesso com as adversidades com as quais nos vamos deparando.
Pelo caminho vamo-nos deparando com situações que nos podem obrigar a desviar desse mesmo caminho idealizado, o que nos pode levar a sentir zanga, frustração e até mesmo tristeza. É perfeitamente natural sentirmo-nos desconfortáveis com a incerteza inerente a qualquer mudança repentina. Mas recuperar – ser resiliente – significa que somos capazes de nos adaptar rapidamente, tornando-nos mais capazes de alavancar mudanças, resolver problemas e conflitos. A escolha é nossa! Ruminação ou Resolução do Problema? Espelho meu, espelho meu... |
AUTORA:
|