Num dos artigos que escrevi – O que podemos semear para recolher bem-estar psicológico? – a resiliência é um dos temas ao qual dediquei algum tempo de reflexão. E recordando esse mesmo artigo, por resiliência entenda-se ter a capacidade para, perante uma adversidade, nos adaptarmos – psicológica, emocional e fisicamente – razoavelmente bem e sem prejuízo duradouro para nós próprios, para o nosso relacionamento com os outros ou para o nosso próprio desenvolvimento como indivíduos. É essencialmente sermos capazes de mobilizar os nossos recursos para lidar com sucesso com as adversidades com as quais nos vamos deparando.
Pelo caminho vamo-nos deparando com situações que nos podem obrigar a desviar desse mesmo caminho idealizado, o que nos pode levar a sentir zanga, frustração e até mesmo tristeza. É perfeitamente natural sentirmo-nos desconfortáveis com a incerteza inerente a qualquer mudança repentina. Mas recuperar – ser resiliente – significa que somos capazes de nos adaptar rapidamente, tornando-nos mais capazes de alavancar mudanças, resolver problemas e conflitos. A escolha é nossa! Ruminação ou Resolução do Problema?
A ruminação é um pensamento negativo, repetitivo, geralmente sobre coisas que não estão sob o nosso controlo. A utilização deste tipo de estratégia encontra-se positivamente relacionada com o desajustamento psicossocial, ou seja, podemos pensar na ruminação como um sabotador do nosso equilíbrio emocional. Por sua vez, as pessoas que concentram a sua energia e atenção na procura construtiva de uma solução para os problemas - basicamente em coisas que estão ao seu alcance e podem realmente controlar, tendem a recuperar mais rapidamente dos contratempos, ou seja, a ser mais resilientes.Acredito que neste momento esteja a pensar para consigo que de vez em quando até utiliza esta estratégia. Que dá por si a pensar e a focar-se em coisas que não estão sob o seu controlo. Tem toda a razão, é perfeitamente natural que aconteça. Mas lembre-se, é uma escolha sua! É uma escolha sua permitir que esse pensamento se mantenha de forma descontrolada e atinja níveis de ansiedade e stress incapacitantes ou, por outro lado, é uma escolha sua estar atenta a esse tipo de pensamentos e dizer para consigo própria, CHEGA! Por vezes, podemos até pensar e dizer para nós próprios que o facto de estarmos obcecados a pensar sobre um determinado assunto, pode ser porque estamos a procurar uma solução eficaz para esse mesmo problema. Será realmente uma solução eficaz? Reforço, a escolha é sua! Pergunte a si mesmo: estou a focar-me em alguma ação específica que está sob o meu controlo, que posso fazer, ou em algo que está fora do meu controlo e que eu não posso modificar? Caso a sua resposta seja em algo que é externo a si, em algo que não está sob o seu controlo, é muito provável que esteja a utilizar a ruminação como estratégia. Se sente que este é o seu caso, que muitas vezes se sente dominada pelos seus pensamentos, que não está a conseguir colocar-lhes um travão, estamos cá para a ajudar! É a sua vida e por essa razão cabe-lhe a si assumir a sua liderança. Só desta forma poderá encontrar o verdadeiro bem-estar.
Vejamos, se tivermos uma resposta emocional negativa a uma experiência específica, é porque estruturámos essa situação de uma forma que nos levou a criar esses sentimentos desagradáveis. Ou seja, a forma como estruturamos as situações pode-nos ajudar a gerir melhor as nossas respostas. E como podemos estruturar as situações?1. Perspetiva Interna vs. Perspetiva ExternaUma perspetiva interna é uma perspetiva que nos coloca a nós no centro de tudo. Culpabilizamo-nos por aquilo que correu mal, quando, na realidade, podem estar presente tantos outros fatores. Uma perspetiva externa é exatamente o oposto, é quando se coloca a culpa em tudo ou em todos, menos em nós próprios. Pergunto-lhe, qual destas perspetivas lhe parece a mais saudável? Será que a escolha de uma em detrimento da outra é a escolha acertada? Não! A escolha acertada está no meio, ou seja, quando interiorizamos o suficiente para obter resultados e aprender com a experiência, mas não tanto ao ponto de assumir a responsabilidade por coisas que não estão sob o nosso controlo, que não foram da sua responsabilidade. 2. Foco na Negatividade
3. Específico vs. GlobalCoisas más, negativas, podem acontecer a qualquer pessoa. No entanto, existe uma tendência para quando as coisas correm mal, geralmente pensarmos que somos os únicos a quem algo de tão mau acontece. Deixe-me dar-lhe um exemplo, se por acaso já chegou atrasada a algum compromisso, e isso a estava a fazer sentir incomodada, ansiosa, porém quando chegou percebeu que outra pessoa também está atrasada. Como é que isso a fez sentir? Não se terá sentido melhor, mais aliviada? Este é um exemplo de mudança do pensamento específico (O que será que irão pensar de mim por estar a chegar atrasada? Sou má profissional por chegar atrasada) para um pensamento global (estar atrasado pode acontecer a qualquer um de nós, não é o fim do mundo). 4. Permanência vs. Transformação
Desenvolvendo esta forma de pensar sobre as coisas, automaticamente as nossas reações emocionais deixam de ser tão fortes e intensas, denotando-nos a capacidade de as gerir e não de sermos dominadas por estas. Se sente que tem dificuldade em gerir as suas respostas, que não está a conseguir ser resiliente parente as situações que lhe vão acontecendo, estou aqui para a ajudar. Agende a sua sessão!
Artigo desenvolvido em parceria com
Learn2Be - Clínica de Psicologia e Coaching
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