Quando um casal se separa, diferentes emoções, com intensidade diversas, são inevitáveis de serem vividas. As formas de cada casal se relacionar são também elas variadas e com consequências diversas, aquando o momento de dizer adeus. São sobretudo as dinâmicas conjugais fusionais, onde não existe espaço para a individualidade de cada um dos seus membros, que pior prognóstico apresentam no que diz respeito ao processo de luto. Sim, luto! O conceito de “luto” embora esteja naturalmente associado ao processo posterior à morte de um ente querido, quando estamos perante o término de uma relação amorosa, a perda de um membro do nosso corpo após um acidente ou após uma cirurgia, ou mesmo quando perdemos um animal de estimação, estamos igualmente a falar de luto.
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“Recomeça… Se puderes Sem angústia E sem pressa. E os passos que deres, Nesse caminho duro Do futuro Dá-os em liberdade. Enquanto não alcances Não descanses. De nenhum fruto queiras só metade.” Miguel Torga Reconheço que recomeçar é algo mais complexo do que possamos, muitas vezes, pensar. A forma como pensamos sobre os recomeços, a atribuição que fazemos à palavra recomeçar, a força que muitas vezes acreditamos ser necessária para recomeçarmos e não poucas vezes duvidamos de a ter, as conotações que lhe vamos atribuindo, a frustração associada à necessidade de mudança, o medo de sairmos da nossa zona de conforto, a dúvida se seremos capazes, são todas elas questões perfeitamente legítimas perante qualquer mudança que pretendamos iniciar. A vida não é uma linha reta e os acontecimentos não estão predestinados. A imprevisibilidade é um fenómeno que acompanha a humanidade desde sempre. Por isso torna-se essencial aprendermos a lidar com os obstáculos diários, o stress, as frustrações, dando atenção às nossas emoções, dedicando tempo, escutando, aceitando-as. O que negligenciamos hoje pode originar fragilidades desnecessárias amanhã. E é nesta dinâmica de autocuidado que nos devemos focar, prestando atenção ao que estamos a sentir, no aqui, no agora. É este autocuidado emocional que vai permitir definir novos objetivos, ganhar consciência da necessidade de mudar e recomeçar. O nosso destino desenrola-se de acordo com as escolhas que fazemos...Esta é uma questão que de facto muito nos atormenta. E embora a necessidade de mudança esteja bastante presente na maioria das pessoas, o deixar para trás aquele que é atualmente o nosso presente, traz-nos também uma grande ansiedade. Como que resistíssemos a efetivar a mudança que sentimos que tanto precisamos. E porquê? Há uma frase que me faz muito sentido e que nos diz que: “Não é aquilo que nós somos que nos impede de avançar, mas sim aquilo que pensamos que não somos!”O que me leva a falar de confiança… A confiança em nós, em assumirmos as nossas decisões, em confiar em nós ao ponto de sabermos que independentemente do que vier a acontecer e de que forma acontecer, eu estarei pronta para lidar, mesmo com os erros que eu possa cometer.
“Não se nasce mulher, torna-se mulher”Simone de Beauvoir Chegámos aos 30. Celebra-se mais um ano de vida, juntamos a família e os amigos mais próximos, canta-se os parabéns, sopram-se as velas e pede-se um desejo. “O que vou desejar para este ano? Quais são os meus verdadeiros objetivos? O que é que EU quero atingir?” – pergunta-se a personagem desta história, personagem que existe dentro de tantas mulheres que chegadas aos 30 começam a ser constantemente questionadas sobre o matrimónio e os filhos. “Então e quando é que vêm os filhos?” |
E de facto, reduzir a experiência da maternidade a questões biológicas é desconsiderar a identidade da mulher e toda a complexidade que a acompanha. O que queremos nós? Queremos ser mães? Quando? Porque é que tem de ser agora? O que é que isso implica? Como conseguirei compatibilizar o meu trabalho com o ser mãe? |
Várias são as perguntas que surgem, legítimas, perfeitamente válidas. Mas vamo-las guardando só para nós. Como podemos desabafar e partilhar as nossas dúvidas com quem nos questiona “quando vem o bebé?”?. Sentimo-nos presos dentro dos nossos próprios pensamentos, com medo de ser julgados, na terrível incerteza sobre como vão os outros reagir quando eu disser que tenho dúvidas sobre algo que parece ser o esperado.
Serei menos mulher por não querer ser mãe, para já, ou mesmo nunca?
Ter a capacidade de desenvolver uma perspetiva positiva é fundamental não só para a nossa eficácia, como também para o nosso equilíbrio emocional, além de ser uma característica fundamental da resiliência. Uma perspetiva positiva contribui para a felicidade e bem-estar geral, bem como nos permite distinguir dos demais pela forma como pensamos, olhamos e refletimos sobre as coisas à nossa volta, tornando-nos mais confiantes, competentes e portanto, com melhores níveis de produtividade.
No entanto, este caminho para a positividade nem sempre é linear. Enquanto seres humanos parece que somos ensinados a focar-nos no negativo, algo que quando acontece de forma constante, contribui fortemente para os nossos níveis de mal-estar, e consequentemente, para o nosso desempenho e motivação. Mas a mudança está nas suas mãos. Focar a sua atenção no positivo pode mudar isso.
Lembre-se que não é aquilo que é que a impede de avançar, mas sim aquilo que pensa que não é!
A nossa autoimagem torna-se essencial na forma como vamos lidando com as situações, na capacidade de apresentar respostas resilientes. É por isso essencial ter consciência de que os pensamentos dominantes da sua mente se reproduzirão na realidade física. Ou seja, a forma como se vê, aquilo que pensa sobre si própria, acaba por se reproduzir através dos seus comportamentos. Deixo-lhe uma sugestão, se concentrar os seus pensamentos durante trinta minutos diariamente, na tarefa de pensar na pessoa que quer ser, comprometendo-se a criar mentalmente uma imagem clara dessa pessoa, mais facilidade irá ter em conseguir atingir aquilo que tanto deseja.
Viés da Negatividade – O que significa?
Num dos artigos que escrevi – O que podemos semear para recolher bem-estar psicológico? – a resiliência é um dos temas ao qual dediquei algum tempo de reflexão. E recordando esse mesmo artigo, por resiliência entenda-se ter a capacidade para, perante uma adversidade, nos adaptarmos – psicológica, emocional e fisicamente – razoavelmente bem e sem prejuízo duradouro para nós próprios, para o nosso relacionamento com os outros ou para o nosso próprio desenvolvimento como indivíduos.
É essencialmente sermos capazes de mobilizar os nossos recursos para lidar com sucesso com as adversidades com as quais nos vamos deparando.
Face ao contexto que estamos a viver, e de acordo com a minha prática clínica, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de ativar as respostas resilientes dos meus clientes de forma a sentirem-se mais confiantes consigo e consequentemente, na forma de lidarem com as situações à sua volta. De facto, podemos pensar na resiliência como vital para sobrevivermos e até crescermos perante as dificuldades. Frequentemente, esperamos que as nossas vidas sigam numa determinada direção, contudo nem sempre isto acontece. |
Pelo caminho vamo-nos deparando com situações que nos podem obrigar a desviar desse mesmo caminho idealizado, o que nos pode levar a sentir zanga, frustração e até mesmo tristeza. É perfeitamente natural sentirmo-nos desconfortáveis com a incerteza inerente a qualquer mudança repentina. Mas recuperar – ser resiliente – significa que somos capazes de nos adaptar rapidamente, tornando-nos mais capazes de alavancar mudanças, resolver problemas e conflitos.
A escolha é nossa! Ruminação ou Resolução do Problema?
Espelho meu, espelho meu...
Haverá corpo mais belo do que o meu?
“Quando deixará a comida de ser minha inimiga?
Quando terminarão a culpa e o medo?
Porque não tenho pensamento límpidos?
Porque não me deixam em paz?
O que significa ser normal?
Quero divertir-me e ser livre.
Quando dará a escuridão lugar à luz do dia?
Quando poderei gozar a existência?
Como posso matar estes demónios?
Estes monstros que me dilaceram a cabeça.
Como posso vencê-los de vez?
Desejo-lhes a morte”
CW
Quando terminarão a culpa e o medo?
Porque não tenho pensamento límpidos?
Porque não me deixam em paz?
O que significa ser normal?
Quero divertir-me e ser livre.
Quando dará a escuridão lugar à luz do dia?
Quando poderei gozar a existência?
Como posso matar estes demónios?
Estes monstros que me dilaceram a cabeça.
Como posso vencê-los de vez?
Desejo-lhes a morte”
CW
Da infância à idade adulta, parece que os problemas com a alimentação nos vão acompanhando ao longo do ciclo de vida.
Ou porque são os bebés que comem mal, as crianças que não conseguem ficar sentadas à mesa e são terríveis para comer, os adolescentes que lutam para ter uma imagem que corresponda aos padrões de beleza exigidos pela sociedade, os adultos que fazem de tudo para ter o corpo que sempre idealizaram, sobretudo quando se começa a aproximar o verão.
Tudo isto pode parecer normal, de facto quantos de vós estarão a pensar que é isto que se passa em todas as casas?
Que todos nós somos um bocadinho assim ou até que já passamos por isso?
E têm de facto razão, todos nós nos gostamos de olhar ao espelho e apreciar aquilo que vemos, sentirmo-nos felizes com o nosso corpo.
O problema começa quando essa felicidade não chega, quando aquilo que vemos nunca é suficiente, quando os pensamentos depreciativos sobre nós próprios nos invadem ao ponto de recorrermos a medidas drásticas e extremas em função de um corpo idealizado, que nunca chega.
E é aí que começamos a culpar a comida, pois o que comemos afeta a forma como nos sentimos, as alterações que vamos observando no nosso corpo e na nossa saúde vamos atribuindo-lhe responsabilidades, surgindo deste modo os sentimentos negativos.
O que são afinal as doenças do comportamento alimentar?
A importância do nosso comportamento durante a quarentena no crescimento pós-traumático
Perante a situação de pandemia que vivemos, o facto de estarmos em isolamento social, o desconhecimento que temos sobre o coronavírus e sobre o futuro, é perfeitamente natural que nos sintamos ansiosos, com medo, preocupados, angustiados, aborrecidos, tristes, com uma sensação de impotência e de falta de controlo sobre tudo o que se está a passar à nossa volta, podendo até a situação que estamos a viver ser descrita como um evento traumático, um momento de crise.
Por crise, de acordo com a literatura, podemos entender um “período de desequilíbrio psicológico, experienciado como o resultado da vivência de um evento ou de uma situação exigente, em que os mecanismos normais de coping não têm êxito, resultando na diminuição do funcionamento adaptativo”.
Ou seja, presenciar eventos traumáticos ou fazer parte dos mesmos poderá ter um impacto significativo sobre a saúde mental das pessoas envolvidas, sobre a nossa saúde mental.
E o que é isto do coping?
Construir uma vida a dois pode tornar-se desafiante.
Sobretudo depois da fase do namoro onde tudo parece perfeito, onde existe o investimento constante no outro que escolhemos para nosso parceiro de vida, onde existem demonstrações de afeto, a necessidade de estar com o outro e as famosas borboletas na barriga.
Sobretudo depois da fase do namoro onde tudo parece perfeito, onde existe o investimento constante no outro que escolhemos para nosso parceiro de vida, onde existem demonstrações de afeto, a necessidade de estar com o outro e as famosas borboletas na barriga.
Com o decorrer do tempo, sem nos apercebermos e sobretudo se nada fizermos, o interesse vai-se dissipando.
Damos a relação como garantida e assumimos que já não temos mais nada para conhecer acerca do/a nosso/a parceiro/a e assim vamos ficando, as borboletas vão voando e não disfrutamos da relação como poderíamos desfrutar.
E é exatamente este ponto que me proponho a refletir aqui convosco, passando a mensagem de que é possível manter a curiosidade, o interesse, o entusiasmo nas relações mais longas.
Damos a relação como garantida e assumimos que já não temos mais nada para conhecer acerca do/a nosso/a parceiro/a e assim vamos ficando, as borboletas vão voando e não disfrutamos da relação como poderíamos desfrutar.
E é exatamente este ponto que me proponho a refletir aqui convosco, passando a mensagem de que é possível manter a curiosidade, o interesse, o entusiasmo nas relações mais longas.
Mas não se esqueça de que uma relação é composta por duas pessoas e são preciso os dois para dançar o tango. Não espere que aconteça, faça também por acontecer.
É na relação humana onde os sentimentos mais contraditórios podem surgir.
É na relação humana onde aparece o que de melhor e de pior todos nós temos, em que podemos ser muito solidários com alguém mas também muito egoístas, criando barreiras à nossa volta.
E em caso de divórcio, ainda mais visível se tornam estas contradições que nos levam a colocar a nós próprios a questão “como é que alguém que se amou, consegue agora odiar-se a este ponto”?
É na relação humana onde aparece o que de melhor e de pior todos nós temos, em que podemos ser muito solidários com alguém mas também muito egoístas, criando barreiras à nossa volta.
E em caso de divórcio, ainda mais visível se tornam estas contradições que nos levam a colocar a nós próprios a questão “como é que alguém que se amou, consegue agora odiar-se a este ponto”?
Quantas vezes assistimos, em caso do divórcio, a um casal de costas voltadas?
Nesta fase, onde a reconciliação já não é considerada uma hipótese pelo casal, surge em terapia um dos elementos do casal.
Estão muitas vezes presentes sentimentos como a zanga, a raiva, a frustração e a tristeza.
Em que cada um dos membros pretende assumir uma posição de liderança perante o outro, onde se esquecem da noção de igualdade de poder.
Como se de crianças pequenas se tratassem e o mais importante naquele momento fosse decidir “quem ganha”.
Mas tudo se complica quando existem filhos pelo meio, quando o casal conjugal também assume a função de casal parental.
Nesta fase, onde a reconciliação já não é considerada uma hipótese pelo casal, surge em terapia um dos elementos do casal.
Estão muitas vezes presentes sentimentos como a zanga, a raiva, a frustração e a tristeza.
Em que cada um dos membros pretende assumir uma posição de liderança perante o outro, onde se esquecem da noção de igualdade de poder.
Como se de crianças pequenas se tratassem e o mais importante naquele momento fosse decidir “quem ganha”.
Mas tudo se complica quando existem filhos pelo meio, quando o casal conjugal também assume a função de casal parental.
Sabemos que manter uma relação como pais entre duas pessoas que decidiram acabar a relação enquanto companheiros, pode ser um desafio.
Algumas pessoas conseguem fazer o luto do casal e renegociar e reajustar o exercício da parentalidade com o outro membro.
AUTORA:
Dra. SARA LOIOS
Psicóloga Clínica, Coach, Mestre em Terapia Familiar e de Casal. Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
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